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quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Analfabeto Político

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguer, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

Um poema de Bertolt Brecht
sábado, 1 de maio de 2010

Ao 1.º de Maio

Elogio da Dialéctica

A injustiça avança hoje a passo firme.
Os tiranos fazem planos para dez mil anos.
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são.
Nenhuma voz além da dos que mandam.
E em todos os mercados proclama a exploração: isto é apenas o meu começo.
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem:
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos.

Quem ainda está vivo nunca diga: nunca.
O que é seguro não é seguro.
As coisas não continuarão a ser como são.
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados.
Quem pois ousa dizer: nunca?
De quem depende que a opressão prossiga? De nós.
De quem depende que ela acabe? Também de nós.
O que é esmagado, que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha?
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.
E nunca será: ainda hoje.

Bertolt Brecht

terça-feira, 27 de abril de 2010

POBRES DOS NOSSOS RICOS, por Mia Couto

A maior desgraça de uma nação pobre é que
em vez de produzir
riqueza, produz ricos.
Mas ricos sem riqueza.
Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.
Rico é quem pos
sui meios de produção.
Rico é quem gera dinheiro e
dá emprego.
Endinheirado é quem simplesmente tem d
inheiro. Ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele. A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos". Aquilo que têm, não detêm. Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. É produto de roubo e de negociatas. Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram. Vivem na obsessão de poderem ser roubados. Necessitavam de forças policiais à altura. Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia. Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade.
Mas se eles enriqueceram foi graças a
essa mesma desordem (...) MiaCouto

(uma sugestão do amigo Eduardo Dores)
as imagens são de Sebastião Salgado

Mia Couto ao escrever estas palavras referia-se à realidade africana. No entanto, nas nossas sociedades ditas industrializadas, o flagelo da pobreza e da corrupção é igualmente visivel e até "aceitável" ao ponto de a encararmos como "normal". Mas não o é.
terça-feira, 22 de setembro de 2009

Para reflectir...A paz de Gandhi


Gandhi afirmava que a não violência era o seu primeiro artigo de fé e também o último artigo de seu credo. Foi um lutador contra a injustiça. Dizia da coragem silenciosa de morrer sem matar, e que o perdão realçava o valor do soldado.
Em 2002, a Academia Universal das Culturas discutiu em Paris a paz nos dias de hoje e concluíram que em tempo de globalização isto seria impossível.
E num artigo Umberto Eco chegou a afirmar "A paz universal é como desejo da imortalidade, tão difícil de satisfazer que as religiões prometem para depois da morte.
Para reflectir a Paz é preciso lembrar Gandhi que teve palavras iluminadoras, verdadeiras estrelas.
Diante deste contexto é importante lembra-lo, é importante estabelecer um paralelo entre a paz e a estupidez de governantes que utiliza da vulgaridade do comércio da guerra, da destruição de edifícios de hospitais, da indústria e do alto facturamento económico para os produtores de materiais bélicos que com certeza financiam governantes, não se importando com famílias dizimadas, com crianças mutiladas ou com a imprensa permanentemente de luto, graças, aos assassinatos de seus repórteres e jornalistas, nada disto comove os facínoras travestidos de humanismos, que permanecem em seus postos de comando sob a égide de um culto ou de uma crença.
Gandhi afirmava " a guerra que aqui se desenvolve mostra a futilidade da violência, o ódio que mata sempre, enquanto que o amor não mata nunca. Tenho por objecto a amizade com o mundo inteiro. Quero unir o maior amor à mais firme posição do mal."
Diante do contexto, reflectimos que as lições de ódio, tiranias e a falta de carácter de alguns homens públicos, que traçam a guerra para desviar a atenção da sua capacidade gerêncial administrativa não deve sobrepor a exemplos de amor. Que já assimilamos.
E concluímos numa frase de Gandhi, " A verdade é dura como diamante e frágil como a flor do pêssego".

por Manoel Messias Pereira

(via Artilleria del Pensamiento)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

11 de Setembro de 1973

11 de Setembro.

Actualmente a data é conotada com os atentados terroristas às duas torres gémeas de Nova Iorque, há oito anos atrás. Foi muito dramático, triste, doloroso. Sim, é certo. Os inocentes que morreram naquele dia são as vítimas do seu próprio sistema, e que pagaram com a própria vida os erros, que os seus sucessivos governos praticam, há décadas. Pela guerra, pela invasão e pelo terror, que submetem os outros povos.

Há 36 anos, a 11 de Setembro de 1973, com o apoio dos EUA e o seu presidente Gerald Ford, com a colaboração da CIA e de algumas multinacionais, Augusto Pinochet ordenou às Forças Armadas, praticarem um golpe de estado violento e sangrento, que derrubou o governo socialista, democraticamente eleito de Salvador Allende. Naquela manhã, onde se encontrava exilado no Palácio de La Moneda, pela rádio transmitiu as suas últimas palavras destinadas ao seu povo:
"Pagarei com a minha vida a lealdade do povo."

O que se sucedeu, foi dantesco. O povo chileno foi perseguido, torturado, massacrado. O estádio do Chile foi transformado num campo de concentração. Entre muitos encontrava-se Victor Jara. Conta-se que foi torturado durante quatro dias. Nesses dias ainda conseguiu escrever a ultima canção, escondida pelos seus companheiros:

Somos cinco mil
en esta pequeña parte de la ciudad
Somos cinco mil
Cuántos seremos en total
en las ciudades y en todo el país?
Sólo aquí, diez mil manos que siembran
y hacen andar las fábricas.

Cuánta humanidad
con hambre, frío, pánico, dolor,
presión moral, terror y locura!

Seis de los nuestros se perdieron
en el espacio de las estrellas.

Un muerto, un golpeado como jamás creí
se podría golpear a un ser humano.
Los otros cuatro quisieron quitarse todos los temores
uno saltando al vacío,
otro golpeándose la cabeza contra el muro,
pero todos con la mirada fija de la muerte.

Qué espanto causa el rostro del fascismo!
Llevan a cabo sus planes con precisión artera
sin importarles nada.
La sangre para ellos son medallas.
La matanza es acto de heroísmo.
Es éste el mundo que creaste, Dios mío?
Para esto tus siete días de asombro y de trabajo?
En estas cuatro murallas sólo existe un número
que no progresa,
que lentamente querrá más la muerte.

Pero de pronto me golpea la conciencia
y veo esta marea sin latido,
pero con el pulso de las máquinas
y los militares mostrando su rostro de matrona
lleno de dulzura.

Y México, Cuba y el mundo?
Que griten esta ignominia!
Somos diez mil manos menos
que no producen.
Cuántos somos en toda la Patria?
La sangre del compañero Presidente
golpea más fuerte que bombas y metrallas.
Así golpeará nuestro puño nuevamente.

Canto que mal me sales
cuando tengo que cantar espanto!
Espanto como el que vivo
como el que muero, espanto.
De verme entre tanto y tantos
momento del infinito
en que el silencio y el grito
son las metas de este canto.
Lo que veo nunca vi,
lo que he sentido y lo que siento
hará brotar el momento...

Os relatos de presos presentes no estádio, contam que o cantor teve as mãos quebradas durante as sessões de tortura. No seu último fôlego e sob tortura Jara pôs-se de pé e cantou o hino da Unidade Popular “Venceremos” :
(…)
Venceremos, venceremos,
Mil cadenas habrá que romper,
Venceremos, venceremos,
La miseria sabremos vencer.

Campesinos, soldados, mineros
La mujer de la patria también,
Estudiantes, empleados y obreros,
Cumpliremos con nuestro deber.

Sembraremos las tierras de gloria,
Socialista será el porvenir,
Todos juntos haremos la historia,
A cumplir, a cumplir, a cumplir
(…)

Um ano mais tarde, após o golpe militar, o presidente Gerald Ford declarou à imprensa que aquilo os Estados Unidos fizeram no Chile "...foi nos melhores interesses do Povo chileno e certamente nos nossos melhores interesses". ...duvido muito pelos interesses do povo chileno, não duvido nada pelos interesses dos EUA.

***

Na pesquisa que fiz encontrei um poema que foi dedicado ao cantor Victor Jara. Eu pessoalmente não conheço o autor, mas é muito bonito:

CANTO PARA AS MÃOS PARTIDAS DE VICTOR JARA
por Pedro Tierra

Quisera chorar teus dedos dilacerados:
raízes do meu canto subterrâneo.
Quisera chamar-te ?Hermano?
como a infância dos rios
lava o rosto da terra,
mas minha boca sangrava
um silêncio de canções amordaçadas.

De tuas mãos se dirá um dia:

geravam pássaros de sangue
como as primaveras da lua.
Tuas mãos,
tristes descendentes das canções araucanas,
tuas mãos mortas,
casa de canções decepadas,
tuas mãos rotas,
últimas filhas do vento,
guitarras enterradas sem canto,
sementes de fuzis,
seara de sangue.

Quisera entregar

minhas mãos inúteis
ao cepo de teus carrascos.

No Chile, com a ditadura de Pinochet, o povo chileno, viveu longos anos de perseguições, de desaparecimentos, de massacres, de ditadura.
Pretendo com estas linhas apenas relembrar. Para que não se esqueça, para que não se volte a repetir! O Mundo não se pode esquecer.

´
terça-feira, 25 de agosto de 2009

400 anos de telescópio

Foi o meu pimpolho pequenito que me chamou a atenção para a efeméride! faz hoje 400 anos que Galileu apresentou aos poderosos da cidade de Veneza o seu telescópio. Rudimentar, talvez sim, mas é por ele que ainda hoje vemos as estrelas e espreitamos para um Universo que nos fascina.
Foi ele que descobriu as primeiras 4 luas de Júpiter. Interessante, não é? Em dois jornais nacionais que li, podemos saber mais qualquer coisita, aqui e aqui.

Além disso, na AIA - site oficial do Ano Internacional da Astronomia, promovem-se muitas iniciativas à volta das estrelas.
quinta-feira, 30 de julho de 2009

Eclipse Solar Total!!

Foi no passado dia 22 de Julho que sucedeu um dos fenómenos mais lindos da Natureza.
O maior eclipse total solar deste século!!, que durou cerca de 6 minutos e alguns segundos. Infelizmente não foi visível em Portugal, mas foi visível na India, Nepal, Butão, China e algumas Ilhas do Pacífico…
Nós, os humanos, (e também os animais), temos uma relação muito especial e instintiva com a Lua...e com o Sol ... são os nossos astros, os nossos deuses...


Ver mais fotos lindíssimas aqui!!!
...e...
saber muito mais aqui!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Harrison's Flowers

Ontem, pude ver um filme excelente o qual vos aconselho por várias razões. A primeira é pelo facto de ser realizado por um(a) francês(a) de nome Elie Chouraqui. A produção é europeia, o que torna a cena ainda mais interessante. Os actores têm uma actuação excelente, mas a que conheço é Andie MacDowell.
A história é durante a guerra da Bósnia, na antiga Jugoslávia, no principio dos anos 90. Retrata a história de um repórter de guerra, Harrison Lloyd (galardoado com o prémio Pulitzer em fotojornalismo) que é dado como desaparecido durante os combates. A sua companheira não acredita na sua morte e vai procurá-lo. O filme é baseado em factos verídicos e é dedicado aos 38 repórteres que morreram naquela guerra. Não me vou alongar mais, deixo-vos apenas como sugestão. Sei que o tema da guerra não é o mais motivador, mas vale a pena pela História. Para quem é muito sensível e facilmente impressionável (assim como eu), sugiro que não veja o filme sózinho(a). Eu apesar de tudo, não consegui parar de ver, pois fala de um assunto que me interessa bastante, que são os Balcãs e o trabalho corajosamente admirável dos repórteres de guerra.
De facto, são eles que trazem as imagens mais impressionantes ao Mundo, são eles que as registam, são eles que através da imagem comprovam os factos mais sangrentos da nossa História. Admirável!
Registar para que o Mundo não se esqueça! Registar para que os seres humanos se envergonhem do que fazem aos seus!

Já agora, e em nota de rodapé, nós temos um jornalista português brilhante em política internacional e especializado na história dos Balcãs, que é o Carlos Santos Pereira. Como repórter, acompanhou as mudanças, ao longo dos anos 80, das revoluções do final da antiga U.R.S.S. e no Leste Europeu, e seguiu de perto as convulsões balcânicas desde os primeiros sinais de crise na Federação Jugoslávia, logo a seguir à morte de Tito, em Maio de 1980. É o autor dos livros da "Jugoslávia à Jugoslávia" , "Os novos Muros da Europa" e "Guerras da Informação"...São livros bastante bem documentados e elucidativos. (pena é serem caríssimos!!)




terça-feira, 7 de julho de 2009

O que se passa nas Honduras

O que se passa nas Honduras? Um golpe de estado. O presidente eleito Manuel Zelaya foi sequestrado e expulso do seu país. No aeroporto o seu povo esperava-o do exílio, eram cerca de 300.000. O exército atirou sobre a população, matou e feriu algumas pessoas. Como sempre, os EUA estão envolvidos. O que dirá Obama sobre isto?

(...) A tenaz resistência dos golpistas é tema de múltiplas e contraditórias especulações. Até agora um denso véu de mistério envolve a teia de cumplicidades que precedeu a tomada do poder pelas Forças Armadas. É possível que nunca se esclareça quando e em que circunstancias o Presidente Obama foi informado do envolvimento de responsáveis da Administração norte-americana no golpe. Mas foi já confirmado que, nos dias anteriores à decisão do Tribunal de «afastar» Zelaya e substitui-lo por um parlamentar marioneta, se realizaram na Embaixada dos EUA reuniões secretas com a participação dos golpistas. Segundo as agências noticiosas, o embaixador teria desenvolvido esforços para evitar que levassem adiante a intentona. (...)

Todos os povos têm direito à sua pátria, à sua liberdade e integridade, à sua cultura. Têm o direito de viver em paz no seu próprio país e escolher livremente os seus destinos.

Ver mais aqui.
quarta-feira, 1 de julho de 2009

Vista aérea 3D de New York

Um amigo meu partilhou comigo e eu partilho convosco!
É brutal! Cliquem lá na cena:

http://www.pixelcase.com.au/vr/2009/newyork/

Uuuooooouuuu!!!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Yann Arthus Bertrand

Sei muito pouco acerca da pessoa, mas adoro o seu trabalho!

Entre muitos este é um dos génios da fotografia que admiro! Fotógrafo e amante da natureza relata a sua vida através de fotos. Viveu no Quénia durante vários anos e no Ruanda onde fotografou Diane Fossey e os "seus gorilas na bruma"...
É repórter das revistas Paris Match, Life e do National Geographic, há quem diga que reinventou a arte de ver o mundo.

Um dos seus últimos trabalhos "The Earth from Above" é uma colecção de fotos lindíssimas, de momentos, vidas e lugares do nosso planeta, descobertos e agora tornados imortais de uma forma única e admirável.

É concerteza uma história de vida, um legado riquíssimo para o futuro, uma mensagem e um grito de alerta e ao mesmo tempo de esperança.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dia Internacional do Trabalhador

1º de Maio

Hoje uma rapariga uns 10 anitos mais nova que eu perguntou-me "porque é que hoje é feriado!?"... Fiquei surpreendida com a pergunta, por diversas razões e mais uma, o facto de ela a ter dirigido a mim... Pensei um pouco... Para que servem estes Dias Internacionais disto e daquilo!? Servem para reflectirmos um pouco sobre o tema em questão... Servem para recordar acontecimentos importantes no desenvolvimento cultural e social da humanidade! Às vezes, servem também para animar o comércio em alturas mais paradas!
*
Este dia porém, tem uma característica diferente da maior parte dos outros, porque se refere não a uma minoria, mas a uma maioria, não a uma ideia religiosa de fé, mas a uma ideia concreta que nos influencia todos os dias, os que trabalhamos e os que descansamos do trabalho!
*
Mas não foi isto que me lembrei de lhe dizer... O que eu lhe disse mais ou menos, foi que este dia lembrava que nem sempre foi assim... Nem sempre, aqueles que trabalham tiveram horário, ou férias, ou ordenado fixo... Pelo contrário, até há pouco tempo atrás, havia, inclusivamente no nosso país, praças da jorna, onde aqueles homens que não tinham meios de produção, nem terra para cultivar, nem máquinas para fabricar, íam bem cedo, a fim de serem escolhidos por algum outro homem que detivesse esses bens e pagasse pelo seu trabalho durante pelo menos 1 dia... E, se recuarmos um pouco mais atrás no tempo, todos sabemos que já existiu pior, a escravatura...
*
Temos vindo a evoluir, é certo... À custa de muita luta feita por homens e mulheres ao longo de muitos anos... Nos últimos 2 séculos, desde a revolução industrial, houve greves e manifestações, protestos e conversações... E a pouco e pouco, tem-se caminhado no sentido de atribuir maior justiça aquela que é a realidade do trabalho, da produção, do lucro... Conforme as coisas estão, existem inveitavelmente dois universos em conflito, o daqueles que detêm uma máquina, uma terra, uma fábrica ou um escritório e aqueles que lá vão trabalhar...
*
Claro que ainda há um longo caminho a percorrer... E muito embora, se oiça por aí que as greves, as manifestações e os sindicatos estão fora de moda, a verdade é que têm sido os caminhos encontrados para procurar equilibrar este confronto...
*
Na altura em que aqui escrevo, em várias cidades do mundo, muitas pessoas percorrem a pé ruas importantes, eventualmente gritando palavras de indignação e exigência... E é assim que o mundo muda, caminhando, dois passos para a frente, um para trás...
*
mais sobre o assunto:
MDC
quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dia da Terra e do Património Geológico

22 de Abril

Quando eu me encontrava preso
Na cela de uma cadeia
Foi que vi pela primeira vez
As tais fotografias
Em que apareces inteira
Porém lá não estavas nua
E sim coberta de nuvens...
(...)

Ninguém supõe a morena

Dentro da estrela azulada
Na vertigem do cinema
Mando um abraço prá ti
Pequenina como se eu fosse
O saudoso poeta
E fosses a Paraíba...
(...)

Eu estou apaixonado
Por uma menina terra
Signo de elemento terra
Do mar se diz terra à vista
Terra para o pé firmeza
Terra para a mão carícia
Outros astros lhe são guia...
(...)

Eu sou um leão de fogo
Sem ti me consumiria
A mim mesmo eternamente
E de nada valeria
Acontecer de eu ser gente
E gente é outra alegria
Diferente das estrelas...
(...)
De onde nem tempo, nem espaço
Que a força mãe dê coragem
Prá gente te dar carinho
Durante toda a viagem
Que realizas do nada
Através do qual carregas
O nome da tua carne...
(...)
Na sacada dos sobrados
Das cenas do Salvador
Há lembranças de donzelas
Do tempo do Imperador
Tudo, tudo na Bahia
Faz a gente querer bem
A Bahia tem um jeito...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Terra!
Caetano Veloso
*
Um apelo em forma de filme lançado pela Greenpeace...

MDC
quarta-feira, 18 de março de 2009

...leve agora e vá pagando...

Lembro-me de ver anúncios a incentivar a poupança quando era míuda, o típico porquinho que se queria bem redondinho! Tive mealheiros ao longo da minha vida, no meu núcleo familiar não me lembro de um único bem comprado a crédito... O princípio que me era incutido e que via praticado era "se queres adquirir um bem ou serviço, poupa atá atingires a soma que precisas"...
*
Agora a história é outra, vejo-me rodeada de créditos (que no fundo se chamam dívidas no minuto seguinte a serem recebidos)... É como dizer-se que ganhamos um objecto grátis na compra de outro... Tanga!!! A "oferta" está incluída no preço... Estes jogos de palavras deveriam ser proibidos... Porque as pessoas efectivamente caem nas esparrelas! Por tudo isto às vezes digo (e perdoem-me alguns talentosos amigos) que detesto marketing...
*
Mas adiante... Que o crédito é uma ideia perfeitamente absurda, é... Então a pessoa adquire um bem ou serviço com um dinheiro que não tem! Depois, fica a pagar esse dinheiro com o fantástico juro... Para quem emprestou não é absurdo nenhum, que disparate, é uma maravilha... Quem emprestou investiu nessa "pobre" pessoa e agora fica a viver dos "rendimentos", porque essa pessoa vai ter que devolver o que não tinha e passou a ter num dado momento, sendo que, devido a esse "adiantamento", terá que pagar 1 vez e meia, 2, 3, 4 vezes mais o que recebeu, durante tempo e mais tempo e mais tempo!
*
Eu peço desculpa por estas incursões na economia, sem propriedade técnica sobre o assunto! O que é facto é que vi no outro dia vi um vídeo que fez muito sentido, intitula-se How the markets really work... Ora, dêem uma espreitadela!
*

*
Então, o que duma perspectiva é um empréstimo, do outro é um investimento! Os bancos que estão no meio... Emprestam dinheiro para um lado e oferecem "fundos de investimento" para o outro! Ou seja, quem compra os fundos de investimento vai beneficiar dos juros de quem contraiu a dívida, pelo menos até ao momento em que este pagar! E foi depois de vários individados começarem a ter problemas no pagamento e a devolver os bens aos bancos que, por sua vez, não conseguiram escoá-los no mercado que a coisa tremeu, não foi!?
*
Então mas o que mais me faz confusão... se toda esta dedução estiver próxima da realidade... como é que, para resolver a "crise" as palavras podem ser a reabertura das "torneiras do crédito", como pedem pequenas e médias empresas, famílias, o Durão Barroso 18Mar'09, JN), e como prometem os governantes nos pacotes "anti-crise"!? Será que as sociedades ditas civilizadas estão viciadas no crédito!? Tão viciadas que não enxergam que não podem curar um mal com a sua causa!?
MDC
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A Carta da Terra

P R E Â M B U L O
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.
Terra, Nosso Lar
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.
A Situação Global
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
Desafios Para o Futuro
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano.
Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.
Responsabilidade Universal
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas.
Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem- estar da família humada e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relaçao ao lugar que ocupa o ser humano na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada.
P R I N C Í P I O S
I . RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
b. Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na promoção do bem comum.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.
4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem, a longo prazo, a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.
Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário:
I I . INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.
a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçadas.
d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.
e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de formas que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.
f. Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva.
b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.
c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas consequências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance.
d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento.
c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais saudáveis.
d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.
e. Garantir acesso universal a assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.
a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.
I I I . JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
a .Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não- contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.
b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter- se por conta própria.
c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o
desenvolvimeto humano de forma eqüitativa e sustentável.
a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e isentá-las de dívidas internacionais onerosas.
c. Garantir que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas atividades.
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência desaúde e às oportunidades econômicas.
a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a educação amorosa de todos os membros da família.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.
c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça.
a. Defender o direito de todas as pessoas no sentido de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na tomada de decisões.
c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de oposição.
d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus própios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais.
d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de desofrimentos.
b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.
16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não- provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.
e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.
f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.
O C A M I N H O A D I A N T E
Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca iminente e conjunta por verdade e sabedoria.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não- governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008

...mais simbólico que concreto...

...mais adjectivo que substantivo...
...mais emocional que racional...
...mais optimismo que realismo...
...mais estilo que conteúdo...
...mais subjectivo que objectivo...
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Já percebi, pelo menos uma das causas da obamania...
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Ontem na televisão vi um homem queniano, no Quénia, pulando, feliz da vida com a vitória de Barack! A expressão máxima da sua alegria radicava no facto de esta vitória ser a de um negro sobre um branco! Fiquei a pensar nisto... A primeira leitura é atribuir a esta alegria, sentimentos racistas... A segunda, é lembrar que ainda há 150 anos havia escravatura nos Estados Unidos e que o caminho contra a descriminação pela cor da pele ainda não foi totalmente percorrido... No entanto, com esta eleição, deu-se um passo de gigante, ainda que simbólico, nesse caminho...
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Apesar de considerar que, nos Estados Unidos, os presidentes são marionetas dos poderes instituídos, e por isso, não tenha grandes expectativas quanto à mudança, fico contente com esta eleição... Confesso até que me emociona!!! Acho mesmo que o mundo ficará melhor, pelo menos, simbolicamente!
MDC
quarta-feira, 29 de outubro de 2008

...oh bama, toda a gente te grama!!!...

Ou muito me engano eu, ou anda muito boa gente enganada!!!
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No princípio também simpatizei com o Barack... Era duma ironia fabulosa, o primeiro nome rimar com Iraque, o segundo com Osama e, como se não bastasse, a cor de café com leite e a jovialidade (nem 50 anos tem, o pequeno)!!! Sinceramente, nunca pensei que chegasse até aqui...
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Entretanto, para surpresa minha, começou a ficar tudo histérico com o rapaz!!! Então quando o McCain decidiu contrapôr o seu género e idade com aquela esgroviada da Palin, exagerou, e os conservadores que não resistiam à sapiência da brancura dos seus cabelos, viraram-se para a brancura dos cabelos do Biden (o vice do Obama)... Desde o secretário do Bush à Madonna, passando pelo londrino Financial Times e claro, por 71% dos portugueses, é a loucura generalizada!!
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Jornalistas, sondagens, governantes desse mundo fora, desataram a fazer odes verdadeiramente apaixonadas, aclamando o próximo e incontestável "homem mais poderoso do mundo"...
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Não sei como ficaram todos tão esclarecidos... A campanha baseia-se em conceitos vagos de mudança! Mas a organização por trás do candidato,é a mesma de sempre (ele não vai presidir sozinho e com a mulher)... Já confirmou que a guerra, seja onde for, vai continuar (ou não estivesse a indústria de armamento tão bem enraizada na economia norte-americana)! A saúde vai continuar a ser vendida pelas seguradoras... E quase que aposto que, os protocolos ambientais mundiais vão continuar por assinar...
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Não duvido que haja melhoras, face à administração do "arbusto"... o que não é difícil! Agora, não acredito é que haja melhoras que justifiquem esta paixão quase religiosa! Oxalá me engane eu... Oxalá as melhores expectativas se confirmem... Estaremos cá para ver...
MDC
terça-feira, 21 de outubro de 2008

...cozinhados à portuguesa...


Mas afinal, a candidatura só engloba Espanha, Itália, Grécia e Marrocos... Que desolação!!!

Mas e... e... e as nossas pataniscas com arroz de feijão malandrinho!? E o nosso cozido à portuguesa, o bacalhau à Lagareiro e o Arroz de Marisco!? Até mesmo o nosso arroz de pato, a canja de galinha, o caldo verde... os enchidos!

Para não falar na nossa doçaria... Ai, meu rico Pão de Ló de Alfeizerão, minhas fofas Tortas de Azeitão, os célebres pastéis de nata!!!

Ai, já estou a engordar só de pensar nestas delícias!

Eu adoro pão de alho, gosto muito de pizzas, massas, e acho graça à paella ou tortilla...

Mas a nossa gastronomia é... é... simplesmente fabulosa! As nossas receitas deviam ser todas impressas e guardadas lá no Pólo Norte juntamente com as sementes... (para que é vão servir os alimentos sem as receitas deliciosas apuradas ao longo de anos e anos de experiência!?)

Também quero que a UNESCO a prove!
MDC
sexta-feira, 10 de outubro de 2008

...de repente surgiu a crise...

Se eu soubesse que isto ía acontecer, tinha estudado Economia... É que, infelizmente, por muito que leia e ouça agora (no limite dos meus tempos livres), não consigo atingir as razões (que devem ser grandes e imponentes) que levaram a este limiar de bancarrota mundial! Mas gostava mesmo, mesmo, mesmo de perceber!

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Falam do subprime (qualquer coisa como viver acima das possibilidades graças a empréstimos, creio eu...) do mercado norte-americano como o primeiro pontapé na labirinto de dominó, agora a desmoronar-se! Por outro lado, há a bolsa: esse fenómeno de especulação, de compra e venda de acções, de flutuar de dinheiro invisível... Por fim, a questão da desregulação do estado, a liberdade (ou liberalidade) que terá originado excessiva ganância e agora, desconfiança!
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O que mais me impressiona é a imprevisibilidade de tudo isto... Supostamente ninguém previu, nem pode evitar, nem tão pouco sabe quando nem como pode isto acabar!!!
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Sempre alimentei a ideia de que grandes hecatombes podiam ter duas causas: a Natureza (com os seus vulcões, terramotos e maremotos, fogos, cheias, secas e furacões), o Ser Humano (com as invasões, guerras, conflitos e outras trapalhices sempre associadas a actos e pessoas que se transformam em bons e/ou maus exemplos históricos, consoante a ideia de cada um...). Agora isto, parece que não veio de lado nenhum, nem é culpa directa de ninguém, é o "sistema"... Que muitos defendem como o inevitável e o melhor que se consegue...
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Oiço na rádio anunciar a queda vertiginosa nas bolsas, chegam a encerrar as bolsas durante dias ou semanas, para ver se os investidores se acalmam! E a última, é que a Islândia, está em vias de vir a falir...
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Eu já tinha desconfiado que a coisa não andava bem... Sobe o barril, sobem os combustíveis, desce o barril, sobem os combustíveis, sobe a taxa de referência do BCE, sobe a Euribor, desce a taxa de referência do BCE, sobe a Euribor...
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Mas que raio de (des)organização mundial é esta!? Não acho razoável chegarmos a este ponto, assim, como quem não quer a coisa... Alguém há-de querer a coisa... Que seja imprevisível e inevitável, eu ainda mais ou menos compreendo, mas agora, invisível e anónimo é que não...
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Estou estupefacta! Alguém explica!? Obrigada...
MDC
terça-feira, 30 de setembro de 2008

...desenho universal...

Ao contrário do que à primeira vista possa parecer, o Desenho Universal não é o desenho do universo, mas sim o desenho de espaços, objectos ou software para um universo o mais alargado possível de pessoas com diferentes características ou condições... (até se pode chamar Design Inclusivo, porque pretende incluir mais pessoas...)
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Ao longo da história e até há bem pouco tempo, o projecto de espaços e objectos, baseava-se num modelo: um homem standard... Tratava-se dum adulto mediano em idade e feitio, mas a dar para o alto, espadaúdo e bem parecido (podem ver o Homem Vitruviano, celebrizado por Da Vinci ou o mais recente Modulor, de Le Corbusier)...
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Graças à evolução cultural (aquela mesma que alterou o conceito Homem para Ser Humano), lá se reconheceu que estes modelos representavam uma ínfima fatia da população. Claro que alterar um modo de pensar e de fazer enraizado há séculos, demora o seu tempo... E por isso, ainda são visíveis os remedeios possíveis: as rampas refundidas, as casas de banho divididas para homens, mulheres e deficientes, os lugares de estacionamento ou os assentos demarcados... (estes exemplos integram-se num princípio de Design Exclusivo, antagónico ao Inclusivo que promove a integração)
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Nesta fase, ainda temos muito que melhorar no campo das ideias! E proponho que, comecemos por reconhecer que os lugares e objectos para "deficientes", são para todos nós (com as nossas diversas fases e condições da vida)... Afinal, podemos ser ou estar: altos, baixos, gordos, magros, assim-assim, bebés, novos, crescidos, velhos, com bagagem, com o pé partido, de cadeira de rodas, com o carrinho das compras, com o carrinho de bebé, com o bebé ao colo, com o passo vagaroso, com o passo acelerado, com chapéu de chuva aberto, com a criança pela mão e o que mais se lembrem...
MDC