quarta-feira, 18 de março de 2009

...leve agora e vá pagando...

Lembro-me de ver anúncios a incentivar a poupança quando era míuda, o típico porquinho que se queria bem redondinho! Tive mealheiros ao longo da minha vida, no meu núcleo familiar não me lembro de um único bem comprado a crédito... O princípio que me era incutido e que via praticado era "se queres adquirir um bem ou serviço, poupa atá atingires a soma que precisas"...
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Agora a história é outra, vejo-me rodeada de créditos (que no fundo se chamam dívidas no minuto seguinte a serem recebidos)... É como dizer-se que ganhamos um objecto grátis na compra de outro... Tanga!!! A "oferta" está incluída no preço... Estes jogos de palavras deveriam ser proibidos... Porque as pessoas efectivamente caem nas esparrelas! Por tudo isto às vezes digo (e perdoem-me alguns talentosos amigos) que detesto marketing...
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Mas adiante... Que o crédito é uma ideia perfeitamente absurda, é... Então a pessoa adquire um bem ou serviço com um dinheiro que não tem! Depois, fica a pagar esse dinheiro com o fantástico juro... Para quem emprestou não é absurdo nenhum, que disparate, é uma maravilha... Quem emprestou investiu nessa "pobre" pessoa e agora fica a viver dos "rendimentos", porque essa pessoa vai ter que devolver o que não tinha e passou a ter num dado momento, sendo que, devido a esse "adiantamento", terá que pagar 1 vez e meia, 2, 3, 4 vezes mais o que recebeu, durante tempo e mais tempo e mais tempo!
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Eu peço desculpa por estas incursões na economia, sem propriedade técnica sobre o assunto! O que é facto é que vi no outro dia vi um vídeo que fez muito sentido, intitula-se How the markets really work... Ora, dêem uma espreitadela!
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Então, o que duma perspectiva é um empréstimo, do outro é um investimento! Os bancos que estão no meio... Emprestam dinheiro para um lado e oferecem "fundos de investimento" para o outro! Ou seja, quem compra os fundos de investimento vai beneficiar dos juros de quem contraiu a dívida, pelo menos até ao momento em que este pagar! E foi depois de vários individados começarem a ter problemas no pagamento e a devolver os bens aos bancos que, por sua vez, não conseguiram escoá-los no mercado que a coisa tremeu, não foi!?
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Então mas o que mais me faz confusão... se toda esta dedução estiver próxima da realidade... como é que, para resolver a "crise" as palavras podem ser a reabertura das "torneiras do crédito", como pedem pequenas e médias empresas, famílias, o Durão Barroso 18Mar'09, JN), e como prometem os governantes nos pacotes "anti-crise"!? Será que as sociedades ditas civilizadas estão viciadas no crédito!? Tão viciadas que não enxergam que não podem curar um mal com a sua causa!?
MDC

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