quinta-feira, 23 de outubro de 2008

...a propósito de músicas intrometidas, um poema...

Tenho músicas na minha memória que de vez em quando aparecem a bailar na minha cabeça... Isto acontece particularmente naqueles caminhos centenas de vezes percorridos quando não tenho mais que fazer além de andar! Então começo a cantar baixinho (ou um pouco mais alto, se não há ninguém por perto)...
Hoje, a música que surgiu, ouvi na minha adolescência, fazia parte do álbum "Resistência ao vivo no Armazém 22" que eu tinha gravado em cassete... O poema é do Mário de Sá Carneiro, foi musicado pelo João Gil e era interpretado pelo Olavo Bilac, com a sua voz rouca... E eu gostava muito de a ouvir... Como não posso cantar aqui, segue a letra... Pode ser que já tenham ouvido e possam cantar também...

"Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro."

Mário de Sá Carneiro

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