sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Diante de uma criança

Como fazer feliz meu filho? Não há receitas para tal. Todo o saber, todo o meu brilho de vaidoso intelectual vacila ante a interrogação gravada em mim, impressa no ar. Bola, bombons, patinação talvez bastem para encantar? Imprevistas, fartas mesadas, louvores, prêmios, complacências, milhões de coisas desejadas, concedidas sem reticências? Liberdade alheia a limites, perdão de erros, sem julgamento, e dizer-lhe que estamos quites, conforme a lei do esquecimento? Submeter-se à sua vontade sem ponderar, sem discutir? Dar-lhe tudo aquilo que há de entontecer um grão-vizir? E se depois de tanto mimo que o atraia, ele se sente pobre, sem paz e sem arrimo, alma vazia, amargamente? Não é feliz. Mas que fazer para consolo desta criança? Como em seu íntimo acender uma fagulha de confiança? Eis que acode meu coração e oferece, como uma flor, a doçura desta lição: dar a meu filho meu amor. Pois o amor resgata a pobreza, vence o tédio, ilumina o dia e instaura em nossa natureza a imperecível alegria.

um poema de Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Uma questão de "Opção"

Uma opinião muito pessoal, e uma vez que é do domínio público:

No dia 11 de Fevereiro, pela manhã, a Comissão Sindical do STAL, promoveu em Alverca do Ribatejo, uma jornada de luta, com alguns trabalhadores afectos à Junta de Freguesia de Alverca, nomeadamente, cantoneiros de limpeza, jardineiros e auxiliares de serviços gerais, denominados agora, como Assistentes Operacionais.

Os trabalhadores envolvidos, debatem-se pelo direito à “opção gestionária”, direito este que ainda lhes é reservado, para que possam ser promovidos em termos de carreira e actualização dos seus salários, tendo em conta a sua avaliação.

Nota: Opção gestionária – artigo 46.º da Lei n.º 12-A/2008 de 27/2. Alteração do posicionamento remuneratório, em que, resumidamente refere:

· Considerando as verbas orçamentais previstas ou destinadas a suportar a alteração do posicionamento remuneratório, o órgão máximo, decide se, e em que medida se propõe suportar os encargos decorrentes destas alterações, incluindo a alteração da categoria ou serviço.

· Fixa, fundamentadamente, o montante máximo, dos encargos que se propõe suportar, bem como, onde, as alterações do posicionamento remuneratório, podem ter lugar.

· Pode ainda acontecer que, as alterações podem não ter lugar em todas as carreiras, ou em todas as categorias de uma mesma carreira, ou ainda, relativamente a todos os trabalhadores integrados em determinada carreira.

De referir que, o actual Presidente de Junta, praticou a “opção gestionária” apenas a 6 trabalhadores, deixando todos os outros, que também acumulavam as condições para serem promovidos, “para trás”, injustificadamente, considerando que havia dotação prevista no orçamento, para este universo de trabalhadores.

É também importante referir, que a este universo de trabalhadores, em média, equivalem salários inferiores ou equivalentes a € 500,00 aproximadamente. Os mesmos não são promovidos tanto nas carreiras como nos salários há pelo menos 12 anos, tendo em conta o congelamento das mesmas e a falta de consideração do executivo. Não têm tido qualquer formação profissional, o fardamento que usam, para sua protecção é paupérrimo.

Desde já esclarecer uma coisa, o problema não está em quem foi promovido, o problema está sim, em quem não foi, e porque não foi. Infelizmente e como era de se esperar, esta situação criou algum mau estar entre as pessoas."Dividir para reinar" é o que acontece. Há "opções" que eu não entendo:

Porquê se proporem a um trabalho público, se não é o bem da população ou da comunidade que se pretende?

Não é mais fácil trabalhar com um grupo de pessoas motivadas e satisfeitas?

Porque é que nas autarquias locais, se gasta tanto dinheiro dos contribuintes desnecessariamente, e não se promovem os trabalhadores que se dedicam ao seu trabalho, os quais, dentro das suas capacidades, dão o melhor que podem e que sabem?

Já para não falar daqueles ordenados pincipescos que se pagam àqueles senhores que ocupam um posto de trabalho de confiança politica, como se chama?, os acessores!!... se nos lembrarmos de comparar os __mil e tal euros que ganham, contando com as ajudas de custo, os carros e os telemóveis que estão à disposição, é quanto a mim, no mínimo imoral, comparando com os € 100, que sejam!, que estes trabalhadores receberiam a mais por cada mês.

A crise social que se vive e a constante desvalorização laboral à qual acresce obrigatoriamente a desvalorização humana, julgo, que no mínimo, moralmente o executivo da Junta de Freguesia de Alverca do Ribatejo, deveria de olhar para os funcionários que tem, e tratá-los com mais dignidade, que é a que merecem.

Dignidade é aquela palavra que se aplica, é aquilo que o Sr. Presidente da Junta não teve, pois durante a manifestação, nunca se dirigiu aos seus trabalhadores para conversar ou para chegar a algum acordo, além de ter chamado a polícia ao local, que, a meu ver, trataram todos os presentes com muito respeito.

Veremos o que acontecerá. Aguardando...


domingo, 10 de janeiro de 2010

...sobre a automação do trabalho...

Já há muito tempo que queria expôr uma ideia que encontrei muito bem explicada num artigo dum blogue! Transcrevo...

(...)
A automação e a inteligência artificial têm tido um desenvolvimento avassalador. A máquina, de forma crescente, possui mais dados, mais conhecimento e melhor capacidade de decisão. Cada vez é mais inteligente e mais autónoma. E cada vez menos precisa de ser dirigida pelo homem.

A tecnologia está cada vez mais próxima de produzir sozinha. O desenvolvimento tecnológico é exponencial em todos os campos que se considere. Donde, no binómio homem-máquina na produção, o homem tem cada vez menos peso. Em breve não terá praticamente nenhum e a máquina produzirá sozinha.

Nessa altura, a fábrica totalmente automatizada não poderá ser privada. Porque não existirão trabalhadores com salários, e sem salários não há poder de compra. Sem poder de compra não há vendas. Sem vendas não há lucros. Sem lucros não há empresas privadas. Qualquer empresa automatizada, seja o que for que produza, terá necessariamente de pertencer ao grupo, à comunidade, à sociedade.

O número crescente de desempregados a par do desenvolvimento exponencial do hardware e do software estão aí para prová-lo. Vamos acelerar a transição ou vamos permanecer agarrados a um passado de emprego condenado ao desastre social?

É a tecnologia que está a substituir o homem no trabalho. É por isso que o velho paradigma do emprego está moribundo. É necessário criar rapidamente, com o auxílio da tecnologia, um mundo mais justo, mais redistributivo e mais humano.
(...)

» artigo completo AQUI (em Um Homem das Cidades)

domingo, 3 de janeiro de 2010

...entrada em dois mil e dez...

Apesar de ser apenas uma convenção,
há que aproveitar esta sensação de novo início
para refazer expectativas,
estabelecer objectivos...
Anuncio alguns dos meus (os mais públicos):
» em Janeiro prepararei a minha passagem de ano pessoal;
» em Fevereiro estarei com os meus maiores amigos;
» em Março vou contribuir para o sucesso da Amostra de Teatro de Alverca e vou ver A Alice no País das Maravilhas pelo Tim Burton;
» em Abril vou passear num fim-de-semana prolongado e estar mais com a minha família;
» em Maio vou ver os Metallica ao Pavilhão Atlântico;
» em Junho vou à praia;
» em Julho vou ao fmm de Sines;
» em Agosto vou descansar, cansando-me, talvez no Andanças (pela primeira vez);
» em Setembro vou à Festa do Avante;
» em Outubro vou aprender mais;
» em Novembro vou reorganizar o que estiver desarrumado;
» e em Dezembro vou preparar outro Natal e outra Passagem de Ano inesquecíveis!
Fora o resto:
as viagens,
as jantaradas cá em casa
e fora de casa,
as peças de teatro,
mais concertos,
novos filmes,
mais e melhor trabalho,
mais apredizagem
e o contributo possível para um mundo melhor!
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Charlotte de Ananás

Também gosto muito da lasanha de maçã da materello,
mas este é o meu doce favorito!!!
Ingredientes:

1 lata de ananás (das grandes)
200 grs de palitos La Reine (da Confeitaria da Ajuda... Não são fáceis de encontrar!)
2 pacotes de natas
4/5 pacotinhos de açúcar (35 grs de açúcar branco)
50 gramas de pinhões
Amêndoa torrada moída q.b.

Confecção:

Nota: Deve preparar-se na véspera da utilização

Abre-se a lata do ananás. Despeja-se a calda numa tigela onde se demolham os palitos La Reine.
Cortam-se as rodelas em pedacinhos. Faz-se chantilly batendo as natas com o açúcar.
No fundo de uma taça funda colocam-se 3 ou 4 palitos demolhados, inteiros e esfarelam-se os restantes, dentro da tigela.
Em seguida dispõem-se por camadas seguindo esta ordem: chantilly, miolo de palitos La Reine, pedacinhos de ananás, pinhões.
Termina-se com uma camada de chantilly.
Cobre-se a taça com tampa ou película e põe-se no frigorífico.
Pouco antes de servir espalha-se por cima o miolo de amêndoa.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Alice Vieira

Este foi o primeiro livro que recebi da Alice Vieira, "Águas de Verão"... Felizmente que tenho hábitos de leitura desde muito nova, permitindo-me apreciar este e outros livros da Alice, que eram sem dúvida dos meus preferidos... Curiosamente este ano, os seus livros fazem 30 anos (in público, 16Dez'09), tal como eu...
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Um bom pretexto para oferecer (particularmente aos mais novos) no Natal que se avizinha, ou para refrescar as minhas leituras mais soturnas dos últimos tempos. Não se deixem levar por essa história do "não-gosto-de-ler", porque é um mito... A leitura aprende-se. Depois de saber juntar as letras e transformá-las em ideias, há que aprofundar a arte de saboreá-las... E para isso, quanto mais cedo na vida, melhor...
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Até porque a leitura só traz benefícios - estimula a criatividade, melhora a concentração, afina as aptidões verbais e de raciocício, e ainda, é uma excelente companhia em qualquer situação de eventual solidão ou espera...
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...FELIZ NATAL
e excelente ANO NOVO
com muitos e bons LIVROS...
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

...parabéns aos Simpsons...

...a série que faz hoje 20 anos e que eu continuo a gostar tanto!
Fica a foto do dia em que eu e o xuxu também pertencemos à família...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Dia Internacional do Voluntariado

5 de Dezembro

O voluntariado tem sido uma componente fundamental da minha vida...

A expectativa de estar a contribuir para melhorar a sociedade, o trabalho em grupo, as novas e profundas amizades, são um dos pilares da minha realização pessoal!

Porém, verifico que os tempos não estão fáceis para o voluntariado... Algumas pessoas nem percebem bem o que isso é, porque estão cada vez mais embrulhadas na sociedade de consumo, dividindo a vida entre o que vendem e o que compram...

O associativismo em regimes de voluntariado é (supostamente) marginal a estas dinâmicas de troca por dinheiro, mas convive com elas lado a lado... Às vezes enfraquece, às vezes corrompe-se, às vezes permanece simplesmente. A permanência perante a adversidade só é possível graças a pessoas persistentes, altruístas, teimosas, enérgicas... Pessoas que por vezes, abdicam do lazer de pantufas no sofá, de momentos de brincadeira com os filhos, da preguiça, mas também do precioso descanso!

Deixo um abraço a todos aqueles que já deram pelo menos uma hora da sua vida em trabalho voluntário por uma causa cultural, desportiva ou social...

Deixo o desafio a todos aqueles que se sentem sós, confusos, às vezes sem sentido... experimentem dar (não me refiro a donativos)... o que mais surpreende é o que se recebe em troca (e não me estou a referir a trocos)!

mais info: ONU
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

...documentários sobre o planeta...

Por ocasião da Conferência de Copenhaga a RTP2 apresenta 5 documentários sobre o planeta Terra... Porque acho que vale a pena pensar e saber mais sobre as questões climáticas, deixo o calendário:

Quinta e Sexta 03 e 04 de Dezembro - 21:06
«NATIONAL GEOGRAPHIC: THE HUMAN FOOTPRINT USA»
Alguma vez parou para pensar nas suas acções ao longo da vida?
Basta pensar em todas as coisas que produzimos e consumimos.
Imagine ver todos o alimentos que come empilhados em na sua frente, todas as latas de refrigerante que bebe, toda a água que utiliza, todas as roupas que compra, a quantidade de combustível que o seu carro consome, todos os resíduos que geram, todas as coisas que são utilizadas em cada dia…
Este documentário mostra-nos como as nossas acções podem levar a consequências devastadoras e a graves repercussões ambientais. Leva-nos a uma empolgante viagem para quantificar a média de vida americano. Os resultados são impressionantes, por vezes chocantes e outras cómicas, mas sempre revelando uma perspectiva diferente sobre um estilo de vida...

Sábado 05 de Dezembro - 19:30
"HOME"
No documentário “Home”, Yann Arthus-Bertrand leva-nos numa viagem original à volta da Terra, para que possamos contemplá-la e entendê-la.
“Home” vai ajudar-nos a perceber a nossa relação com o nosso planeta. Serão revelados, em simultâneo, as preciosidades que ela nos oferece e as marcas que deixamos para trás, com um único objectivo: encorajar-nos a proteger o nosso Mundo!

Domingo 06 de Dezembro - 20:30
"A 11.ª HORA"
Produzido e narrado por Leonardo Di Caprio, conta com a participação e o testemunho de dezenas de conceituados cientistas nesta luta pelo restabelecimento do equilibrio da relação entre a humanidade e os ecossistemas. O documentário mostra os desastres naturais causados pela humanidade e mostra o que pode ser feito para reverter os problemas, entrevistando mais de 50 pessoas, como o cientista Stephen Hawking e o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev.

Segunda 07 de Dezembro - 21:15
«NATIONAL GEOGRAPHIC: EARTH REPORT 2008»

Terça 08 de Dezembro - 21:15
«CARBONE, ENNEMI PUBLIC NUM 1»
Uma oportunidade única de ver a situação do ponto de vista muito prudente na comunidade científica Este documentário descreve a situação e lista as opções disponíveis para os políticos e os decisores políticos para salvar o planeta ...
O fenómeno do aquecimento global está a tomar proporções alarmantes, como a comunidade científica está mobilizada Será que o nosso planeta pode escapar do pior?
Este documentário segue o ciclo do carbono com impressionantes sequências de animação para ilustrar o papel que este desempenha um elemento fundamental no ciclo de vida.

+ em RTP2

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O deserto inominável

O deserto é um silêncio depois do mar,
É o êxtase da luz sobre o coração da areia.
Vai-se e volta-se e nada se esquece.
Tudo se oculta para depois se dar a ver
No ponto em que os ventos se cruzam
E as almas gritam no fundo dos poços.
Os cestos sobem e descem prometendo água,
Uma frescura que derrete a febre.
Não são as tâmaras que adoçam a boca,
É a beleza das mulheres dissimulando
O desejo como um pecado sob a escuridão dos véus.
As serpentes assobiam ou cantam
Conforme o veneno que lhes molda o sangue.
Enroscam-se sobre as pedras
como fragmentos de lua à espera da manhã.
E a sombra alonga-se nas dunas
Ondulando rente às palmeiras
Como a última cobra do medo das crianças.
Não há ruído maior que este silêncio
Que se serve com tâmaras e com chá
Na mesa rasteira, sobre a terra molhada.
É no que não se nomeia que está o infinito.

José Jorge Letria
in Os mares Interiores

domingo, 29 de novembro de 2009

Joana Vasconcelos

Pela primeira vez em muito tempo li a entrevista da DICA... Só porque a entrevistada da semana é Joana Vasconcelos... Esta artista plástica tem uma obra impressionante, misturando conceitos aparentemente antagónicos, como por exemplo arte contemporânea com o imaginário e as raízes culturais portuguesas, como a filigrana de Viana, o crochet ou o artesanato naturalista de Bordalo Pinheiro!
-
Descobri coisas óptimas nesta entrevista, por exemplo:
» fará uma exposição em Março de 2010 no Centro Cultural de Belém...
-
Já conhecia e aproveito para partilhar:
quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Que força é essa?

Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades pr´ós outros
carregar pedras, desperdiçar
muita força p´ra pouco dinheiro

Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força p´ra pouco dinheiro

Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo?
que força é essa, amigo?
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?

Não me digas que não me compreendes
quando os dias se tornam azedos
Não me digas que nunca sentiste
uma força a crescer-te nos dedos
e uma raiva a nascer-te nos dentes
Não me digas que não me compreendes

Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer

Que força é essa, amigo?
que força é essa, amigo ?
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?

SG


domingo, 22 de novembro de 2009

Paula Rego... entrevista e Casa das Histórias

Já lá fui...
Resumo em duas palavras...
vão também,
eventualmente num dia de Sol...

VISITAS GUIADAS:
Percurso Artístico: sábados e domingos às 11h
Casa das Histórias Paula Rego - arquitectura: domingos às 12h
Diálogos entre exposições: sábados às 12h
Uma obra de cada vez: 1º sábado do mês às 17h
Conta-me histórias: último sábado do mês às 17h

...na sequência disto que disse no dia 24-09-2009:

Estive a ouvir a entrevista da Paula Moura Pinheiro à Paula Rego no programa Câmara Clara... fascinante! Seleccionem o programa de 20 de Setembro no sítio do programa... Entretanto fui visitar o sítio da Casa das Histórias, projecto de Eduardo Souto Moura, recentemente inaugurada em Cascais, porque fiquei com mais vontade de ir e (surpreendentemente) a entrada é livre e a Casa está aberta das 10 às 22 horas... Definitivamente, a não perder!
mdc
quinta-feira, 19 de novembro de 2009

...insólito mas verdadeiro...


Sou só eu que acha isto absurdo!?

E o problema não é de todo inédito... Pelo contrário! São cada vez mais as colectividades, desportivas ou culturais a deparar-se com sérias dificuldade de gestão financeira. As medidas "correctivas" passam muitas vezes por soluções que se destacam completamente dos objectivos das referidas instituições...

Se continuamos assim, a pouco e pouco, a vida associativa (que para mim é um dos pilares da cidadania) vai diluir-se em combustível e investimentos imobiliários...
quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Capitalismo: uma história de amor

Mais um documentário do Michael... o Moore, claro!
Ainda não vi, mas eventualmente, será mais um, a não perder...
Estreia (nos cinemas) em Portugal a 26 de Novembro...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Bruno Aleixo

Ainda não conhecia esta personagem!!!
É mais um vigoroso sinal da criatividade do humor português!
Acho que vale a pena...
Se gostarem há muito mais no youtube...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Lombos de Salmão com Mel e Castanhas

(fiz esta receita hoje... divinal!
Uma forma diferente de comemorar o São Martinho!)

INGREDIENTES (para 4 pessoas)
4 lombos de salmão (± 120 g cada, sem pele nem espinhas)
sal
pimenta preta em grão
2 colheres de sopa de sumo de limão
3 colheres de sopa de mel
1 colher de sobremesa de mostarda
500 g de castanhas congeladas
água
margarina vegetal
sementes de sésamo

PREPARAÇÃO
Coloquem-se os lombos de salmão num recipiente que possa ir ao forno e tempere-os com sal e pimenta preta acabada de moer.
Misturar o sumo de limão com o mel e a mostarda, deitando sobre os lombos de salmão e deixar a marinar.
Fervam-se as castanhas temperadas com sal, em água durante 10 minutos.
Entretanto ligar o forno regulando para os 200°C.
Escorrem-se as castanhas e dispõem-se á volta do salmão.
Pincelam-se as castanhas com um pouco de margarina vegetal e leva-se ao forno durante cerca e 30 minutos.
Na altura de servir, polvilham-se os lombos com sementes de sésamo.

SUGESTÃO DE ACOMPANHAMENTO
Esparregado, salada ou legumes cozidos.

(para a próxima tiro a bendita foto... de fazer água na boca!)
sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O Romance de Diogo Soares, de Fausto Bordalo Dias

Chego a arrepiar-me de extremo contentamento, porque hoje vou ver o Fausto ao vivo e a cores em concerto! Não sou pessoa de fanatismos ou de grandes idolatrias... Mas o Fausto.... a música, a voz, a poesia... extasia-me, extravasa-me e posso dizer que admiro muito, mas mesmo muito o trabalho dele! E até é curioso, porque havendo muitas e boas razões para esta minha admiração, eu sinto-a como mais inexplicável do que racional, mais mágica do que técnica! Deixo um dos meus temas preferidos... Porque é um dos meus preferidos!? A verdade é que não sei... E quanto menos sei, mais gosto...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Deus da Matança, de Yasmina Reza

Esta posso recomendar porque estará em cena até 25 de Outubro no Teatro Aberto! E vale bem a pena... no mínimo desconcertante!
*
Tive a sorte de em 1998 ver a peça "Arte", extraordinariamente protagonizada por António Feio, José Pedro Gomes e Miguel Guilherme. Fiquei fascinada com o texto desta autora francesa, a Yasmina Reza. A "Arte" são intensas conversas em torno de uma tela pintada de branco e da opção de uma das personagens ao adquiri-la. O melhor é a carga cómica, que no fundo, e porque chega ao fundo, é intensamente dramática. Para mim, uma referência, um dos melhores textos de teatro que conheço.
*
Desta vez a base de conversa é a violência, a agressão... E a intensidade está lá outra vez, levada ao extremo, despindo as personagens por camadas até ao osso, até se dizer tudo e se enfrentar o absurdo do que somos quando retiramos todas as máscaras sociais. Mas não estará esse absurdo, por ventura colado à nossa autenticidade!?
*
Do trabalho dos actores, que encontrei muito conseguido, sobressaiu para mim, o do único desconhecido, Sérgio Praia... Um espectáculo a ver, uma autora, sem dúvida, a seguir...
quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O Camareiro, de Ronald Hardwood



Fui ontem ver ao Teatro Dona Maria II... Não me/vos serve de muito o conselho agora, uma vez que a lotação está já esgotada até ao último espectáculo... Mas quero partilhar na mesma que fiquei abismada pelo positiva com a prestação de Virgílio Castelo (percebi depois que muito por ignorância minha... porque nunca o tinha visto representar num palco!) O Ruy de Carvalho, apresenta-se surpreendentemente enérgico como um duplo senhor do teatro, na personagem e na própria vida...
*
O que mais me impressionou foi mesmo a história deste camareiro (interpretado por Virgílio), que segurando a espinha dorsal da vida deste actor (Sir Donald Wolfit interpretado por Ruy) é ignorado, porque não faz mais que a sua obrigação. O esforço sobrehumano a que se sujeita, anulando-se a si próprio e às suas vontades para satisfazer os caprichos e as necessidades de outro. E essa anulação, este viver em prol de outrém, torna a personagem transparente e, porque ninguém o vê, vive só... Deu-me que pensar e até que sentir!
*
Curiosamente, Ronald Harwood, o autor, terá sido camareiro de Sir Donald Wolfit, que dá nome à personagem feita pelo Ruy de Carvalho... Também é argumentista d"O Pianista", um filme que também gostei muito, pela forma incrível como demonstra que um herói, pode ser natural, sendo afinal um antiherói, apenas (sendo este um apenas bem cheio de tudo) um desesperado em luta pela sobrevivência...
mdc