sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

...natal...

Se é certo que a cultura ocidental tem como grande pilar a tradição cristã, já não é (pelo menos para mim) tão certo quais os contornos desse pilar!
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Por exemplo, uma das dúvidas que me assola é se Jesus teve irmãos! Ai, que se me deu agora mesmo uma clarividência! Ups... Irmãos da parte do pai não teve, pois se foi filho de Deus e virgem Maria, constaria certamente na história bíblica se se tivesse dado idêntico milagre... Em sentido lato, somos todos filhos de Deus... (já agora, eu aqui tenho outra dúvida... É que não sendo eu baptizada, será que também tenho direito ao grau de parentesco!? Em criança construi a minha ideia de Deus: um velho de barbas sorrindo, sentado numa nuvem, infinitamente bom... Jamais ele se deixaria de importar comigo só por não estar "inscrita"!)
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Em todos os presépios se nos apresenta o pai "adoptivo" (penso que poderá chamar-se assim àquele que terá ajudado a criar Jesus na terra)... E a minha questão é, se Jesus teve irmãos (mais novos, claro) por parte da mãe com José!?
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Aqui há tempos comecei a ler a Bíblia... Até estava a correr bem, mas às páginas tantas começa a longa descendência de Abel e Caim, que mais não era do que uma sucessão de nomes... (muito menos interessante do que a teoria de Darwin, deve dizer-se) e fiquei por aí... Também já procurei num livro de história universal, mas a biografia de Jesus estava omissa!
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Li O Evangelho Segundo Jesus Cristo de José Saramago (provavelmente a sua obra mais polémica), e achei a história extraordinária, apresentando-se-nos Jesus como um homem, que realmente há-de ter sido... Segundo esse romance, Jesus tinha irmãos... Mas a ideia, já vinha se São Mateus, autor de um dos evangelhos (Saramago faz realmente pesquisa histórica... até há pouco tempo fiquei banzada, quando descobri que foi realmente construída uma passarola, por um homem chamado Bartolomeu de Gusmão, padre e cientista português na altura da construção do Convento de Mafra)!
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A conversa vai longa, mas queria só lembrar, que a comemoração do Natal (incluindo a data e a paternidade de Jesus), da Páscoa e de outras regras do Cristianismo, terão sido decretadas no Primeiro Concílio de Niceia, ocorrido no ano 325 d.C. por iniciativa do imperador romano Constantino, baptizado posteriormente já no leito da sua morte... O grande objectivo era unificar as crenças e por consequência o império! (e isto já eu encontrei na enciclopédia de história universal)... Tudo coisas de homens, portanto...


MDC

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