Fui ontem ver ao Teatro Dona Maria II... Não me/vos serve de muito o conselho agora, uma vez que a lotação está já esgotada até ao último espectáculo... Mas quero partilhar na mesma que fiquei abismada pelo positiva com a prestação de Virgílio Castelo (percebi depois que muito por ignorância minha... porque nunca o tinha visto representar num palco!) O Ruy de Carvalho, apresenta-se surpreendentemente enérgico como um duplo senhor do teatro, na personagem e na própria vida...
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O que mais me impressionou foi mesmo a história deste camareiro (interpretado por Virgílio), que segurando a espinha dorsal da vida deste actor (Sir Donald Wolfit interpretado por Ruy) é ignorado, porque não faz mais que a sua obrigação. O esforço sobrehumano a que se sujeita, anulando-se a si próprio e às suas vontades para satisfazer os caprichos e as necessidades de outro. E essa anulação, este viver em prol de outrém, torna a personagem transparente e, porque ninguém o vê, vive só... Deu-me que pensar e até que sentir!
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Curiosamente, Ronald Harwood, o autor, terá sido camareiro de Sir Donald Wolfit, que dá nome à personagem feita pelo Ruy de Carvalho... Também é argumentista d"O Pianista", um filme que também gostei muito, pela forma incrível como demonstra que um herói, pode ser natural, sendo afinal um antiherói, apenas (sendo este um apenas bem cheio de tudo) um desesperado em luta pela sobrevivência...
mdc
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