Pois é, caro Rodrigo...
O associativismo tem destas vicissitudes, é levado a cabo por pessoas que, depois dos seus empregos e das lidas da casa, rumam às colectividades para dar um contributo para uma sociedade melhor.
Quem nelas contribui compreende as dificuldades, ajuda a ultrapassá-las e cresce por dentro como ser humano social e interventivo e por fora, porque se alia a outras pessoas, estabelecendo relações de amizade e cooperação que desenvolvem o sentido cívico.
Não sei se alguma vez experimentou participar activamente numa associação, constato no entanto, que perspectiva formas de funcionar diferentes, eventualmente mais eficazes... Pois então, proponho que não se limite a criticar, experimente ir mais longe, envolva-se numa ou mais associações e contribua activamente. Aposto que vai ficar surpreendido pela positiva com a generosidade e o esforço dos voluntários que encontrar.
Esta foi a minha resposta a "O cobrador das quotas do Alverca" de Rodrido Bentes Camacho publicado n'O MIRANTE ONLINE a 27.Mai'10.
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QUANTO À PETIÇÃO «A Favor da Redução do Número de Deputados na Assembleia da República de 230 para 180»
Eu discordo em absoluto e acho uma medida claramente anti-democrática!
Mais, acho incrível como é que se faz uma proposta destas sem a acompanhar de medidas que garantissem a representatividade de mais partidos e ideias diferentes das do "centrão" que nos governa (e mal) há mais de 30 anos!
Devemos exigir sim, que os deputados representem efectivamente os objectivos e aspirações dos cidadãos que neles depositaram essa tarefa através do voto... E se somos quase 11 milhões, bem que deles e do seu trabalho precisamos!
O sistema em que vivemos baseia-se na DEMOCRACIA REPRESENTATIVA, e esta petição pretende diminui-la quantitativamente... Eu penso que só aumentando qualitativamente, ou seja, caminhando para a DEMOCRACIA PARTICIPATIVA, poderemos melhorar.
Sendo assim, situo-me exactamente no lado oposto à ideia que esta petição defende.
Não posso portanto desejar boa sorte, nem sucesso nesta pretensão.
Continuarei a desejar e a procurar construir uma sociedade melhor, mas não creio que esse seja de todo, o caminho.
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Trabalhando o sal é amor é o suor que me sai
Vou viver cantando o dia tão quente que faz
Homem ver criança buscando conchinhas no mar
Trabalho o dia inteiro pra vida de gente levar
Água vira sal lá na salina
Quem diminuiu água do mar
Água enfrenta sol lá na salina
Sol que vai queimando até queimar
Trabalhando o sal pra ver a mulher se vestir
E ao chegar em casa encontrar a família sorrir
Filho vir da escola problema maior é o de estudar
Que é pra não ter meu trabalho e vida de gente levar
Voz de Elis Regina
Poema de Milton Nascimento
Vou viver cantando o dia tão quente que faz
Homem ver criança buscando conchinhas no mar
Trabalho o dia inteiro pra vida de gente levar
Água vira sal lá na salina
Quem diminuiu água do mar
Água enfrenta sol lá na salina
Sol que vai queimando até queimar
Trabalhando o sal pra ver a mulher se vestir
E ao chegar em casa encontrar a família sorrir
Filho vir da escola problema maior é o de estudar
Que é pra não ter meu trabalho e vida de gente levar
Voz de Elis Regina
Poema de Milton Nascimento
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Alfonsina Y El Mar
Por la blanda arena que lame el mar
su pequeña huella no vuelve más
Un sendero sólo de pena y silencio
llegó hasta el agua profunda
Un sendero sólo de penas mudas
llegó hasta la espuma
Sabe Dios qué angustia te acompañó
qué dolores viejos calló tu voz
Para recostarte arrullada
en el canto de las caracolas marinas
La canción que canta en el fondo
oscuro del mar la caracola
Te vas Alfonsina con tu soledad
¿qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Una voz antigua de viento y de sal
te requiebra el alma y la está llevando
Y te vas hacia allá como en sueños
dormida, Alfonsina, vestida de mar
Cinco sirenitas te llevarán
por caminos de algas y de coral
Y fosforescentes caballos marinos
harán una ronda a tu lado
Y los habitantes del agua van a jugar
pronto a tu lado
Bájame la lámpara un poco más
déjame que duerma, nodriza, en paz
Y si llama él, no le digas que estoy
dile que Alfonsina no vuelve
y si llama él, no le digas nunca que estoy
Di que me he ido
Te vas Alfonsina con tu soledad
¿qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Una voz antigua de viento y de sal
te requiebra el alma y la está llevando
Y te vas hacia allá como en sueños
dormida, Alfonsina, vestida de mar
Este poema argentino é uma homenagem à poetisa Alfonsina Storni, e foi dado a conhecer ao mundo pela voz de Mercedes Sosa, também conhecida por "La negra Sosa", cantora e representante da música tradicional argentina.
Por la blanda arena que lame el mar
su pequeña huella no vuelve más
Un sendero sólo de pena y silencio
llegó hasta el agua profunda
Un sendero sólo de penas mudas
llegó hasta la espuma
Sabe Dios qué angustia te acompañó
qué dolores viejos calló tu voz
Para recostarte arrullada
en el canto de las caracolas marinas
La canción que canta en el fondo
oscuro del mar la caracola
Te vas Alfonsina con tu soledad
¿qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Una voz antigua de viento y de sal
te requiebra el alma y la está llevando
Y te vas hacia allá como en sueños
dormida, Alfonsina, vestida de mar
Cinco sirenitas te llevarán
por caminos de algas y de coral
Y fosforescentes caballos marinos
harán una ronda a tu lado
Y los habitantes del agua van a jugar
pronto a tu lado
Bájame la lámpara un poco más
déjame que duerma, nodriza, en paz
Y si llama él, no le digas que estoy
dile que Alfonsina no vuelve
y si llama él, no le digas nunca que estoy
Di que me he ido
Te vas Alfonsina con tu soledad
¿qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Una voz antigua de viento y de sal
te requiebra el alma y la está llevando
Y te vas hacia allá como en sueños
dormida, Alfonsina, vestida de mar
Este poema argentino é uma homenagem à poetisa Alfonsina Storni, e foi dado a conhecer ao mundo pela voz de Mercedes Sosa, também conhecida por "La negra Sosa", cantora e representante da música tradicional argentina.
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Urgentemente! É urgente o Amor, É urgente um barco no mar. É urgente destruir certas palavras ódio, solidão e crueldade, alguns lamentos, muitas espadas. É urgente inventar alegria, multiplicar os beijos, as searas, é urgente descobrir rosas e rios e manhãs claras. Cai o silêncio nos ombros, e a luz impura até doer. É urgente o amor, É urgente permanecer.
poema de Eugénio de Andrade
Imagem de Gustav Klimt, DANAE
poema de Eugénio de Andrade
Imagem de Gustav Klimt, DANAE
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No mais fundo de ti, eu sei que traí, mãe! Tudo porque já não sou o retrato adormecido no fundo dos teus olhos! Tudo porque tu ignoras que há leitos onde o frio não se demora e noites rumorosas de águas matinais! Por isso, às vezes, as palavras que te digo são duras, mãe, e o nosso amor é infeliz. Tudo porque perdi as rosas brancas que apertava junto ao coração no retrato da moldura! Se soubesses como ainda amo as rosas, talvez não enchesses as horas de pesadelos... Mas tu esqueceste muita coisa! Esqueceste que as minhas pernas cresceram, que todo o meu corpo cresceu, e até o meu coração ficou enorme, mãe! Olha - queres ouvir-me? -, às vezes ainda sou o menino que adormeceu nos teus olhos; ainda aperto contra o coração rosas tão brancas como as que tens na moldura; ainda oiço a tua voz: "Era uma vez uma princesa no meio de um laranjal..." Mas - tu sabes! - a noite é enorme e todo o meu corpo cresceu... Eu saí da moldura, dei às aves os meus olhos a beber. Não me esqueci de nada, mãe. Guardo a tua voz dentro de mim. E deixo-te as rosas...
poema de Eugénio de Andrade
imagem de Gustav Klimt
poema de Eugénio de Andrade
imagem de Gustav Klimt
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Elogio da Dialéctica
A injustiça avança hoje a passo firme.
Os tiranos fazem planos para dez mil anos.
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são.
Nenhuma voz além da dos que mandam.
E em todos os mercados proclama a exploração: isto é apenas o meu começo.
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem:
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos.
Quem ainda está vivo nunca diga: nunca.
O que é seguro não é seguro.
As coisas não continuarão a ser como são.
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados.
Quem pois ousa dizer: nunca?
De quem depende que a opressão prossiga? De nós.
De quem depende que ela acabe? Também de nós.
O que é esmagado, que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha?
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.
E nunca será: ainda hoje.
Bertolt Brecht
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